terça-feira, 21 de outubro de 2014

- Devocional do dia 14/10/2014 -


Eis, porém, que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz iluminou a prisão; e, tocando ele o lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. Então as cadeias caíram-lhes das mãos. (At 12.7.)


E perto da meia noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus... E de repente sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos. (At 16.25,26.)

Esta é a maneira de Deus atuar. Na hora mais escura da noite, Seus passos se aproximaram por sobre as ondas. Quando se aproxima a hora da execução, o anjo vem à cela de Pedro. Quando a forca de Mordecai está pronta, a insônia do rei o leva a uma reação em favor da raça escolhida.

Ah, alma, pode ser que você chegue às margens do pior, antes de ser libertada; mas o livramento virá! Deus pode deixá-la esperando, mas Ele não Se esquece do Seu concerto, e aparecerá para cumprir a Sua Palavra.


— F. B. Meyer

Há uma grande simplicidade na maneira como Deus executa Seus planos, contudo, dentro dessa simplicidade estão Seus recursos, que são mais do que suficientes para suprir qualquer necessidade; está a sua fidelidade inabalável para com o filho confiante; está o Seu propósito firme, do qual jamais Se esquece. Através de um companheiro de prisão e depois de um sonho, Ele tira José da prisão e o leva ao posto de primeiro ministro. E o tempo passado na prisão livra o futuro ministro de se vangloriar. É seguro confiar no método de Deus e seguir pelo Seu relógio.

— S. D. Gordon

Quando o caso é mesmo desesperador, a providência de Deus tem mil chaves para abrir mil portas para o livramento dos Seus. Sejamos fiéis e cuidemos da nossa parte, que é sofrer por Ele; ponhamos sobre Cristo a Sua parte e a deixemos lá.

— George McDonald

A dificuldade é a própria atmosfera do milagre — é o milagre em seu primeiro estágio. Para que se opere grande milagre a condição não é que o problema seja apenas difícil, mas que seja impossível. Ter a mão do filho confiante dentro da Sua, faz que seja um prazer para Deus o resolver a situação impossível.

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

- Devocional do dia 13/10/2014 -


Não estejais inquietos. (Fp 4.6.)


Nenhuma ansiedade deveria achar-se no crente. Grandes, muitas e várias podem ser as nossas provações, aflições ou dificuldades, contudo não deveria haver ansiedade em nós, em nenhuma dessas circunstâncias, porque temos um Pai no céu que é todo-poderoso; que ama a Seus filhos como ama a Seu Filho unigênito; e que tem verdadeiro gozo e prazer em socorrê-los e ajudá-los em todas as ocasiões e em qualquer circunstância.

Devemos atentar para a Palavra: "Não estejais inquietos por coisa alguma: antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças."

"Em tudo", não meramente quando a casa está pegando fogo, não meramente quando a querida esposa e filhos estão às portas da morte, mas nas menores coisas da vida, traga tudo a Deus. As coisas pequenas, as bem pequenas, as coisas que o mundo chama de insignificantes — tudo — vivendo o dia todo em santa comunhão com nosso Pai Celestial e com nosso precioso Senhor Jesus.

E ao acordarmos durante a noite, como por um instinto espiritual, voltemo-nos novamente a Ele, falando-Lhe e levando-Lhe, nas horas insones, os nossos pequenos assuntos — as dificuldades a respeito da família, dos negócios, da profissão. Falemos com o Senhor a respeito de qualquer coisa que nos perturbe de alguma forma.

"Pela oração e pela súplica", tomando o lugar de pedintes, com fervor e perseverança, prosseguindo e esperando, esperando em Deus.

"Com ações de graças." Em todo o tempo devemos assentar um bom alicerce de ações de graças. Se tudo mais estiver ausente, isto está presente: Ele nos salvou da perdição. E também, o fato de que Ele nos deu a Sua Palavra — o Seu Filho, Sua mais preciosa dádiva — e o Espírito Santo. Portanto, temos abundantes razões para ações de graças. Tenhamos isto em mente!

"E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus." E isto é uma bênção tão grande, tão real, tão preciosa, que precisa ser conhecida experimentalmente, e só assim, pois excede o entendimento.

Oh, que o nosso coração se embeba destas coisas. E se habitualmente andarmos neste espírito, o resultado será que glorificaremos muito mais a Deus do que já fizemos até agora.

— George Müller — Life of Trust

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

- Devocional do dia 12/10/2014 -



E o senhor de José o tomou, e o entregou na casa do cárcere...

O Senhor, porém, estava com José... e tudo o que ele
fazia o Senhor prosperava. (Gn 39.20-23.)

Quando Deus nos deixa ir para a prisão por causa do Seu serviço, e vai para lá conosco, é como se a prisão fosse o lugar mais feliz do mundo para se estar. José parece ter provado isto. Ele não ficou amuado e desanimado ou rebelde porque tudo era contra ele. Não; senão o carcereiro não teria confiado nele daquela maneira. Parece que José nem chegou a ter autopiedade.

Lembremo-nos de uma coisa: se deixarmos a autopiedade se alojar em nós, será o nosso fim — até que ela seja completamente afastada de nós. José simplesmente deixou todas as coisas com Deus, em alegre confiança, e então o carcereiro deixou tudo com José. Senhor Jesus, quando as portas da prisão se fecharem sobre mim, conserva-me confiante e conserva abundante e completo o meu gozo. Prospera a Tua obra a través de mim, na prisão: mesmo ali, faze-me verdadeiramente livre.

Aprendi a amar o escuro da tristeza, porque ali vejo o brilho da Sua face.


— Mme. Guyon

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

- Devocional do dia 11/10/2014 -


Como morrendo, e eis que vivemos. (2 Co 6.9.)

No verão passado tínhamos um canteiro de margaridas, na chácara, que atravessava o jardim. Foram plantadas com atraso, mas como floresceram! Quando as do meio já estavam com sementes, dos lados havia ainda florinhas recém-abertas. Chegaram as primeiras geadas, e um dia encontrei aquela radiosa beleza completamente queimada. Exclamei: "Ah, o frio foi demasiado para elas. Pobrezinhas, pereceram"; e dei-lhes adeus.

Eu não gostava de olhar para aquele canteiro, pois ele me parecia um cemitério de flores. Mas há umas quatro semanas, um de meus jardineiros chamou a minha atenção: por toda a extensão daquele canteiro havia margaridas brotando em grande abundância. Olhei, e, para cada planta que eu julgara destruída pelo inverno, havia cinqüenta plantas novas, plantadas pelo mesmo inverno. O que haviam feito aquelas geadas e ventos impertinentes?

Tomaram minhas flores, deram-lhes um golpe mortal, derrubaram-nas ao solo, pisaram-nas com seus tacões de gelo e, terminado o trabalho, disseram: "Aí está o seu fim." Mas na primavera havia, para cada raiz, cinqüenta testemunhas para se levantarem e dizerem: "Pela morte vivemos."

E como é no domínio das flores, assim é no reino de Deus. Pela morte veio a vida eterna. Pela crucificação e o túmulo vieram o trono e o palácio do Deus eterno. Pela ruína veio a vitória.

Não tenha medo do sofrimento. Não tenha medo de ser derrubado. É através de sermos abatidos mas não destruídos, é através de sermos despedaçados e os pedaços feitos em pó, que nos tornamos homens valorosos, em que um vale por mil. Mas o homem que cede à aparência das coisas e vai com o mundo, tem um florescimento rápido, uma prosperidade momentânea, e então o seu fim, que é fim para sempre.


— Beecher

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

domingo, 19 de outubro de 2014

- Devocional do dia 10/10/2014 -


Não te indignes. (Sl 37.1.)

Para mim isto é mandamento divino, tanto quanto "Não furtarás". Procuremos o que quer dizer indignar-se. É agastar-se, irar-se, revoltar-se. Uma pessoa revoltada não só se desgasta, como também desgasta os outros. Indignar-se é estar agastado, e este salmo nos diz mais de uma vez para não nos indignarmos. É prejudicial, e Deus não quer que nos prejudiquemos.

Os médicos dizem que um acesso de ira é mais prejudicial do que uma febre, e uma disposição indignada não contribui para a saúde do corpo. O passo seguinte à indignação é a irritação, e a irritação leva à ira. Levemos este assunto a sério, e sejamos obedientes ao mandamento: "Não te indignes".

—Margaret Bottome

Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração. (Mt 11.29.)


Quero aprender de Ti, Cordeiro
Manso e humilde. Toma pois o meu jugo,
Filho amado.


Terei de me curvar... Cordeiro
Manso e humilde. E te curvar não queres,
Filho amado?


Não sou capaz, Cordeiro
Manso e humilde, Minha cerviz é dura.
Eu me curvei por ti,
Meu filho amado; Comprei-te a cura.


Desejo-me curvar, Cordeiro Manso e humilde.
Vem, que eu te dobrarei, Meu filho amado.
Teu jugo eu tomo, pois, 
Cordeiro amado!
Eu te farei, meu filho, Manso e humilde.

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

- Devocional do dia 09/10/2014 -


Por isso o Senhor esperará, para ter
misericórdia de vós. (Is 30.18.)

Onde há mais chuva, a grama é mais verde. Penso que são as neblinas e névoas da Irlanda que fazem dela a "Ilha de Esmeralda"; e toda vez que encontrarmos grandes neblinas de aflição e névoas de tristeza, acharemos corações verde-esmeralda — cheios da linda verdura da consolação e amor de Deus. Ó crente, que você não seja encontrado a dizer: "Para onde se foram as andorinhas? Elas se foram de uma vez!..." Não, elas não se foram de uma vez; elas cruzaram o mar e foram para uma terra distante; mas logo voltarão. Filho de Deus, não diga que as flores morreram ou que o inverno as matou e se acabaram. Ah, não, embora o inverno as tenha coberto com  o  arminho  de  neve,  elas  ainda 
surgirão outra vez e estarão vivas, dentro em pouco. Filho de Deus, não diga que o sol se apagou, porque as nuvens o esconderam. Não; ele está lá atrás, preparando o verão para você; pois quando surgir outra vez, ele terá preparado as nuvens para caírem em chuvas de primavera, que vão ser as mães das mais belas flores. E sobretudo isto, quando Deus esconde a Sua face, não diga que Ele Se esqueceu de você. Está apenas demorando um pouco, para que você O ame mais; e quando vier, você terá alegria no Senhor e se regozijará com gozo inefável. A espera exercita as nossas graças; a espera prova a nossa fé; portanto, espere em esperança; pois embora a promessa demore, nunca chegará tarde demais.

— C. H. Spurgeon

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

- Devocional do dia 08/10/2014 -


Não estejais inquietos. (Fp 4.6.)


Não poucos crentes vivem em estado de constante ansiedade, e outros se inquietam e se irritam bastante. Estar perfeitamente em paz no meio do tumulto da vida diária é um segredo que vale a pena conhecer. O que adianta inquietar-se? Isso nunca tornou ninguém mais forte; nunca ajudou ninguém a fazer a vontade de Deus; nunca arranjou um meio de alguém escapar do problema.

Ansiedade estraga vidas que de outra forma seriam úteis e belas. A inquietação, a ansiedade e as preocupações são inteiramente proibidas pelo Senhor, que disse: "Não andeis ... inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?" Ele não quer dizer que não nos preparemos, e que a nossa vida seja sem método; mas que não nos devemos inquietar sobre essas coisas.

As pessoas percebem que você vive na esfera da ansiedade, pelas marcas do seu rosto, pela tonalidade da sua voz, pela tonalidade menor da sua vida e pela falta de alegria do seu espírito. Escale o pico de uma vida abandonada nas mãos de Deus, e então verá, lá de cima, os seus problemas.


— Rev. Darlow Sargeant

Ficar inquieto e ansioso, questionando e desconfiando, sempre revela fraqueza. Ganharemos alguma coisa com isto? Não ficamos mais incapazes de agir, e não perturbamos a nossa mente, tirando-lhe a lucidez para sábias decisões? Nós nos afundamos, debatendo-nos, quando poderíamos flutuar, pela fé.

Oh, a graça de ficarmos quietos! Oh, a graça de estarmos quietos e conhecermos que Jeová é Deus! O Santo de Israel há de defender e livrar os Seus. Podemos ter certeza de que cada palavra Sua permanecerá, ainda que a terra se mude. Ele merece a nossa confiança. Venha, minha alma, volte ao seu repouso e recoste a cabeça no regaço do Senhor Jesus.


— Selecionado

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

- Devocional do dia 07/10/2014 -


Quem há entre vós que tema a Jeová, e ouça a voz do seu servo?
quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do
Senhor, e firme-se sobre o seu Deus. (Is 50.10.)


Que deve fazer o crente em tempos de trevas — trevas de perplexidade e confusão, não no coração, mas na mente? Tempos de trevas podem atingir o discípulo fiel e crente, que está andando obedientemente na vontade de Deus; ocasiões em que ele não sabe o que fazer nem que rumo tomar. O céu está nublado. A clara luz do Céu não brilha sobre a sua vereda. E ele se sente como tateando no escuro.

Amado leitor, é este seu caso? Que deve fazer o crente em tempos de trevas? Escute! "Confie no nome do Senhor e firme-se sobre o seu Deus."

A primeira coisa a fazer é não fazer nada. Isto é difícil para a natureza humana. Há um provérbio americano que diz mais ou menos assim: "Se estiver cambaleando, não corra" — em outras palavras: quando não souber que rumo tomar, fique onde está.

Quando entrar numa nuvem espiritual, não procure abrir caminho; diminua a marcha da máquina de sua vida. Se necessário, ancore o seu barco ou deixe-o amarrado. O que devemos fazer é simplesmente confiar em Deus.

Enquanto confiamos, Deus pode operar. Nossa ansiedade impede que Ele faça qualquer coisa para nós. Se nossa mente está perturbada e o nosso coração angustiado; se as trevas ao redor nos aterrorizam; se corremos para cá e para lá, no vão esforço de achar algum meio de fugir àquela prova que a providência de Deus nos enviou, o Senhor não pode fazer nada para nós.

É preciso que a paz de Deus aquiete a nossa mente e faça descansar o nosso coração. Temos que pôr a mão na mão de Deus, como uma criança, e deixar que Ele nos guie para dentro do Seu amor. Aí há plena luz.

Ele conhece o caminho de saída da mata. Subamos no Seu regaço e confiemos em que Ele nos tirará da situação pelo caminho mais curto e seguro.

— Dr. Pardington

Lembre-se de que nós não sabemos pilotar, mas que temos um Piloto.

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

- Devocional do dia 06/10/2014 -


Ele não abriu a sua boca. (Is 53.7.)


De quanta graça precisamos para receber bem um mal-entendido! Para receber em santa suavidade um mau julgamento! Nada prova tanto o caráter cristão como uma coisa má que é dita contra ele. É o teste que logo prova se somos banhados a ouro, ou se somos ouro maciço. Se apenas pudéssemos conhecer as bênçãos que estão ocultas em nossas tribulações, diríamos como Davi, quando amaldiçoado por Simei: "Deixai-o, que amaldiçoe, ... porventura ... o Senhor me pagará com bem a sua maldição deste dia."

Algumas pessoas facilmente se afastam da grandeza do trabalho de sua vida, para perseguirem seus ofensores e inimigos, e sua vida se torna um insignificante redemoinho de atividades. É como mexer num ninho de vespas. Você pode dispersá-las, mas provavelmente ficará muito picado e nada obterá em troca de suas dores, pois nem o seu mel vale a pena.

Deus nos dê mais do caráter daquele que, "quando o injuriavam, não injuriava, mas entregava-se àquele que julga justamente". "Considerai aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo."

— A. B. Simpson

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

- Devocional do dia 05/10/2014 -


E sucedeu que... o ribeiro se secou. (1 Rs 17.7.)

O preparo da nossa fé será incompleto se não entendermos que há uma providência na perda, um ministério na falha e enfraquecimento das coisas, uma dádiva no vazio. As inseguranças materiais da vida contribuem para a sua firmeza espiritual. A tênue correnteza junto à qual Elias estava assentado e meditando, é uma figura da vida de cada um de nós. "E sucedeu que... o ribeiro se secou" — eis a história do nosso ontem e a profecia dos nossos amanhãs.

De uma forma ou de outra, teremos que aprender a diferença entre confiar no dom e confiar no Doador. O dom pode ser bom por um tempo, mas o Doador é o Amor Eterno.

Querite representava um sério problema para Elias, até que chegou a Sarepta. Então tudo ficou claro como o dia. As palavras duras de Deus nunca são Suas últimas palavras. Os ais, as perdas e as lágrimas da vida fazem parte do interlúdio, não do fim.

Se Elias tivesse sido levado diretamente a Sarepta, teria perdido uma experiência que ajudou a fazer dele um profeta mais sábio e um homem melhor. Junto a Querite ele viveu pela fé. E quando em nossa vida se secar algum ribeiro de recursos terrenos, aprendamos que a nossa esperança e socorro estão no Deus que fez o céu e a terra.


— F. B. Meyer

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

- Devocional do dia 04/10/2014 -


E assim abençoou o Senhor o último
estado de Jó, mais do que o primeiro. (Jó 42.12.)

Jó tomou posse de sua herança através de sofrimento. Foi provado, para que sua grandeza pudesse ser comprovada. E não será também que as minhas tribulações se destinam a aprofundar o meu caráter e revestir-me das graças de que possuía tão pouco? Eu chego à minha glória através de eclipses, lágrimas e morte. Meu fruto mais rico cresce de encontro ao muro mais áspero. As aflições de Jó deixaram-no com um conceito mais alto de Deus e mais baixo de si mesmo. "Agora", exclamou ele, "te vêem os meus olhos."

Se através de dor e da perda sinto Deus tão perto, que me curvo diante dEle e oro: "Seja feita a Tua vontade", meu proveito é enorme. Deus deu a Jó vislumbres da glória futura. Naqueles dias longos e cansativos, ele penetrou dentro do véu e pôde dizer: "Eu sei que o meu Redentor vive." De fato, o último estado de Jó foi melhor do que o primeiro.

— In the Hour of Silence

"A tribulação nunca nos vem sem trazer ouro em suas mãos." A aparente adversidade se transformará por fim em vantagem, se apenas estivermos dispostos a continuar em nossa marcha e esperarmos com paciência. Vejamos as almas dos grandes vencedores: elas sempre ficavam firmes em seu trabalho, sem medo e corajosas! Há bênçãos que não poderemos obter se não aceitarmos e agüentarmos o sofrimento. Há alegrias que só nos podem vir por meio da dor. Há revelações de verdades divinas que só podemos obter quando se apagam as luzes deste mundo. Há colheitas que só nos vêm depois que o  arado fez  o  seu
trabalho.


— Selecionado

Do sofrimento têm emergido as almas mais fortes; os caracteres mais sólidos são marcados de cicatrizes; mártires têm tido por vestes de coroação, mantos em chamas; e é através de lágrimas que muitos têm começado a ver as portas do céu.


- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

- Devocional do dia 03/10/2014 -


E depois do terremoto um fogo, ... e depois do fogo uma
voz mansa e delicada. (1 Rs 19.12.)


Perguntaram certa vez a uma pessoa que progredia rapidamente em seu conhecimento do Senhor, qual o segredo do crescimento espiritual. Ela respondeu concisamente: "Obedecer os sinais". E a razão por que tantos de nós não temos mais conhecimento e compreensão do Senhor é que não damos atenção aos Seus delicados sinais, Seus delicados toques de frear e refrear. Sua voz é mansa e delicada. Uma voz assim é antes sentida do que ouvida. É uma pressão suave e constante sobre o coração e a mente; uma voz mansa, quieta e quase timidamente expressa no coração — mas que, se ficarmos atentos, silenciosamente, vai-se tornando cada vez mais clara aos ouvidos do entendimento.

Sua voz é dirigida ao ouvido que ama, e o amor está sempre atento ao mais leve sussurro. Há um tempo, também, em que o amor cessa de falar, se não o atendemos ou não cremos nele. Deus é amor, e se você quer conhecê-lO e à Sua voz, dê constante atenção a Seus delicados toques. Em conversa, quando prestes a dizer uma palavra, dê atenção àquela voz mansa, atenda o sinal e refreie-se de falar.

Quando prestes a seguir em uma direção que lhe parece clara e correta, se vier quietamente ao seu espírito uma sugestão que traz em si quase a força de uma convicção, preste-lhe ouvidos, mesmo que do ponto-de-vista humano a mudança de planos pareça uma grande loucura. Aprenda, também, a esperar em Deus para saber o desenrolar da Sua vontade. Deixe que Deus forme os planos a respeito de tudo o que está no seu coração e mente e deixe também que os execute. Não possua nenhuma sabedoria própria. Muitas vezes Sua maneira de executar o plano parecerá contrária ao plano que Ele próprio deu. Poderá parecer que Ele está trabalhando contra Si mesmo. Simplesmente ouça e obedeça a Deus, e confie nEle, mesmo que isso pareça a maior tolice. Ele fará que no fim todas as coisas cooperem para o bem.

Assim, se você quer conhecer Sua voz, não pare para pensar o que poderá acontecer. Obedeça, mesmo quando lhe pedir para avançar no escuro. Ele mesmo será sua gloriosa luz. E em seu coração brotará uma afeição e comunhão com Deus poderosa em si mesma para conservá-lo junto a Ele, mesmo nas provas mais severas e sob as maiores pressões.

— Way of Faith

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

- Devocional do dia 02/10/2014 -


E, tomando-os consigo, retirou-se

para um lugar deserto. (Lc 9.10.)


A fim de crescer na graça precisamos estar muito a sós. Não é em grupo que a alma cresce mais vigorosamente. Muitas vezes, numa só hora quieta de oração ela faz maior progresso que em vários dias na companhia de outros. É no deserto que o orvalho é mais fresco e o ar mais puro.

— Andrew Bonar


De um dia vivido entre as massas

E máquinas;

De um dia vivido entre mil atrações

E tentações;
De um dia vivido entre dores
E desilusões;
De um dia vivido em triunfo ou derrotas.
E tensões;
"Vinde a sós, descansai"; Contai tudo; e ficai; Aprendei; e voltai.

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

- Devocional do dia 01/10/2014 -


Foi-me bom ter sido afligido, para que

aprendesse os teus estatutos. (Sl 119.71.)


É muito curioso que as plantas de mais vivas cores sejam encontradas nas mais altas montanhas, nos lugares expostos ao tempo mais rude. Os mais brilhantes líquens e musgos e as mais encantadoras florinhas encontram-se em exuberância na altura de picos vergastados pelo vento e a tempestade.


Uma das mais pródigas exibições de colorido que já contemplei no mundo vegetal encontrava-se perto do cume do monte C, de mais ou menos três mil metros de altura. Toda uma face da extensa rocha estava coberta de um líquen do mais vibrante amarelo, que resplandecia à luz do sol como se fosse a amurada de um castelo encantado.

Ali naquelas alturas, no meio de um cenário de desolação, exposto à fúria bruta das tempestades, esse líquen ostentava tons gloriosos como jamais apresentava nas regiões abrigadas do vale. Tenho diante de mim, enquanto escrevo, dois espécimes do mesmo líquen: um da montanha, outro dos muros de um castelo escocês, ensombreado entre sicômoros.

A diferença entre eles, em forma e cor, é notável. O espécime que se desenvolveu por entre as fortes tempestades da montanha é de um lindo matiz amarelo-pálido, e é macio em contextura e completo na forma; enquanto o espécime cultivado ao ar suave e às brandas chuvas do vale é de um fosco tom de ferrugem e de contextura escamosa e formato irregular. E não é assim com o crente que é afligido, açoitado pelas tempestades e desprovido de consoladores? Enquanto não é batido e rebatido pelas tempestades e vicissitudes da providência de Deus, seu caráter mostra-se como que rude e obscurecido. As aflições, porém, vão removendo a obscuridade, e aperfeiçoam as formas de sua disposição interior e dão brilho e bênção à sua vida.

— Hugh Macmillan

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

- Devocional do dia 30/09/2014 -


Como a águia desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as suas asas, e, tornando-os, os leva sobre elas, assim só o Senhor o guiou, e não havia com ele deus estranho. (Dt 32.11,12.)

Nosso Pai todo-poderoso tem prazer em conduzir as tenras avezinhas que estão sob o Seu cuidado, até à beira do precipício, e mesmo em empurrá-las aos abismos de ar, para que possam aprender a conhecer o desconhecido poder de vôo que possuem, o qual lhes será para sempre um prazer.

Se na tentativa elas são expostas a perigo a que não estão acostumadas, Ele está preparado para Se colocar debaixo delas e levá-las para o alto, em Suas poderosas asas. Quando Deus leva algum de Seus filhos a uma situação de dificuldade sem precedentes, este pode sempre contar com Ele para livrá-lo.

— The Song of Victory

"Quando Deus põe um peso sobre nós, Ele sempre põe seu braço debaixo.''

Havia uma plantinha, pequena e mirrada, que crescia à sombra de um carvalho. E a plantinha gostava da sombra que a cobria e sabia apreciar a quietude que lhe garantia seu nobre amigo. Mas uma bênção estava reservada para aquela plantinha.

Um belo dia, lá veio um lenhador e derrubou o carvalho. A pequena planta chorou e exclamou: "Foi-se embora o meu abrigo. Todos os maus ventos soprarão sobre mim, e toda tempestade procurará arrancar-me!"

"Não, não", disse o anjo daquela flor, "agora o sol vai banhar você; agora as chuvas cairão mais copiosamente sobre você; agora a sua forma raquítica se expandirá em beleza, e a sua flor, que nunca pôde desabrochar em toda a sua perfeição, sorrirá ao sol, e os homens dirão: 'Como cresceu em importância aquela planta! Como ficou linda, depois que retiraram o que era a sua sombra e alegria!"

Você não vê, pois, que Deus pode tirar todos os seus confortos e privilégios, para fazer de você um crente melhor? Pois o Senhor sempre treina os Seus soldados, não em colchões de penas, mas levando-os para fora e fazendo-os exercitar-se em marchas forçadas e serviços pesados. Ele os faz atravessar rios a nado, correntes a vau, escalar montes e fazer longas caminhadas carregando às costas pesadas mochilas de sofrimento.

Este é o método que Ele usa para fazer soldados — não é vestindo-os de belos uniformes, para se jactarem à porta das barracas e serem olhados como finos cavalheiros pelos que circulam nos parques. Deus sabe que os soldados só são formados no campo de batalha; não em tempos de paz. Bem, irmão, será que isso não explica tudo? Não estará o Senhor tomando as graças que estão em você e fazendo-as desabrochar? Lançando-o no calor da batalha, não estará o Senhor desenvolvendo em você as qualidades do soldado? E não deverá você
usar todos os recursos que Ele lhe deu, para sair vencedor?


— Spurgeon

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

- Devocional do dia 29/09/2014 -


Eu me dedico à oração. (Sl 109.4.)


Muitas vezes, em nossos momentos de meditação, estamos numa verdadeira pressa religiosa. Quanto tempo dedicamos a ele diariamente? Não é verdade que podemos registrá-lo em minutos? Quem conheceu um homem eminentemente santo que não passasse muito do seu tempo em oração? E já vimos alguém com muito espírito de oração que não passasse muito tempo em seus aposentos, à parte?

Diz Whitefield: "Dias e semanas passei prostrado no solo, em oração, silenciosa ou audível". "Caia de joelhos, e cresça assim", é a linguagem de outro servo de Deus, que conhecia por experiência o que afirmava.

Dizem que nenhuma grande obra no campo da literatura ou da ciência foi executada por alguém que não amasse o estar a sós. E podemos apontar como princípio elementar da vida religiosa, que quem alcança um grande crescimento na graça, sempre toma tempo para estar muitas vezes, e por longo tempo, a sós com Deus.


— Still Hour

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman

- Devocional do dia 28/09/2014 -


Em mim... paz. (Jo 16.33.)

Há uma vasta diferença entre felicidade, no sentido comum, e felicidade, no sentido de bem-aventurança. Paulo sofreu prisões e dores, sacrifícios e sofrimentos até ao extremo; mas em meio a tudo, estava feliz. Todas as bem-aventuranças enchiam seu coração e vida no meio daquelas condições.

Paganini, o grande violinista do passado, apresentou-se ao seu auditório certo dia e descobriu, logo após os aplausos iniciais, que havia algo errado com o violino. Olhou-o por um momento e viu que aquele não era o seu valioso instrumento.

Sentiu-se paralisado por um instante, mas depois, voltando-se para o auditório, explicou o engano. Retirou-se por um momento, procurou-o atrás da cortina, no lugar onde provavelmente o teria deixado, mas percebeu que alguém o tinha roubado, deixando o outro no lugar. Ficou ali por uns instantes, e depois veio para o auditório e disse:


"Senhoras e senhores: vou mostrar-lhes que a música não está no instrumento, mas na alma.", E tocou como nunca dantes. E a música se derramou daquele instrumento de segunda mão, ao ponto de o auditório ficar arrebatado de entusiasmo, e os aplausos quase romperam o teto, pois aquele homem lhes havia mostrado que a música não estava no instrumento, mas em sua alma.


É sua missão, amigo que está sendo provado e testado, andar no palco deste mundo e revelar a toda a terra e Céu que a música não está nas circunstâncias, nem nas coisas, nem no que é exterior, mas que a música da vida está em sua própria alma.

- Extraído do Livro: "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman