segunda-feira, 10 de outubro de 2011

- Série: Colunas do Tabernáculo -

Parte 2 - Abraão

Note como toda a história pode ser classificada (A1, A2) pelas referências a Harã e pelo contraste entre o nascimento e a morte. Esta é uma narrativa da transformação gradual mediante a graça divina, por meio da qual pessoas com antigos nomes, Abrão e Sarai (A1), transformaram-se em novas criaturas, Abraão e Sara (A2). Essa, contudo, não foi uma transformação repentina. A grande decisão da fé (Gn 15.4-6) foi instantânea e irreversível; a vida mediante a fé, entretanto, foi uma batalha prolongada (b1 - b4), com muitos fracassos e deslizes. A fé foi efetiva desde o início, mas amadureceu lentamente. Esse ponto é enfatizado na maneira como a história é narrada e também nas citações do NT. Hb 6.15 mostra que a promessa não "alcançada" sem paciência e Tg 2.22 fala que a fé de Abraão foi "aperfeiçoada". A história do pai da fé, o rente Abraão, definitivamente nega a ideia da santificação instantânea.
A narrativa de b1 a b4 é cheia de falhas. Primeiro, houve o medo de que, afinal, o Senhor, que o chamara (Gn 12.1) e lhe prometera (vv. 2-4,7), não fosse capaz de prover (note o termo "porque" no v. 10). Segundo, a falha revelada mediante o desejo compreensível de encontrar uma solução rápida e prática para um problema familiar (Gn 13.8). Abraão mostrou que estava preparado para adaptar a Palavra de Deus (a promessa de possuir toda a terra de Canaã), a fim de pacificar Ló. A próxima falha envolveu Hagar, procedente da espera impaciente pelo cumprimento da promessa ( Gn 15.2-4; cf. também 16.1). E, em quarto lugar,Abraão falhou, quando manteve hábitos irracionais e temeu por sua segurança pessoal (Gn 20.1,11-13). Essa ultima  falha foi mais grave do que qualquer outra que Abraão experimentou. O Senhor não só se comprometeu com ele, mediante uma aliança (Gn 17.1-8), como mostrou sua fidelidade em manter suas promessas: Por que Ele "lembrou-se de Abraão, e tirou a Ló do meio da destruição" (Gn 19.29), embora este não estivesse incluído na promessa de Gn 17.7? A despeito disso, no momento da pressão, quando sua própria segurança encontrava-se ameaçada (Gn 20.11), Abraão não estava muito seguro de que o Senhor provaria ser digno de cofiança.
A estrada da maturidade da fé (Gn 22.1-19;Tg 2.21,22) sempre foi baseada na prática de dois passos para a frente e um para trás; é um teste constante, no qual as pressões da vida - alimento (Gn 12.10), familia (Gn 13.7), anseios (Gn 15.3; 16.1) e temores (Gn 20.11) - cooperam, em forma de "provações" (Tg 1.2), as quais, quando enfrentadas com fé e perseverança, nos tornam "maduros e completos" (Tg 1.4).

continua...

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