quarta-feira, 2 de outubro de 2013

- Cristo nosso exemplo -


Cristo, nosso exemplo Aquilo que pode ser verdade quanto a outros exemplos, não o é de Jesus. Sem importar se são presidentes ou estadistas, inventores ou novelistas, atletas ou artistas, todos os outros grandes exemplos podem inspirar, mas não podem capacitar. Podem motivar-nos, mas não têm o poder de mudar-nos. Nada existe realmente de Benjamim Franklin que possa fazer de mim ou de você o inventor que ele era. Mas quando se trata de Cristo, as coisas são diferentes. Ele diz, na verdade: “Você quer viver como eu vivi? Eis aqui o meu poder”. Eis que Ele nos fortalece no homem interior. “Você quer agradar meu Pai celeste? Eis a minha capacidade”. E Ele nos capacita pelo seu Espírito. Visto que tenho falhado muito mais do que tenho sido bem sucedido em meus sonhos, descubro que isso é muito encorajador. E talvez você tenha para dizer a mesma coisa. Tendo sido dominados pelo pecado nossas vidas inteiras, lutando para descobrir como chegar à tona da água a fim de respirar, podemos achar grande esperança na habilidade que Ele nos dá, não somente para respirar, mas para nadar livremente. Conforme você está percebendo, Cristo não somente viveu uma vida exemplar, mas Ele também nos possibilita viver como Ele mesmo viveu. Ele nos dá o seu padrão para seguirmos por fora, mas ao mesmo tempo provê por dentro o poder necessário. E adivinhe o que isso nos capacita a fazer? Ria de novo! Falo no melhor sentido da palavra quando digo que, durante anos, Jesus me tem feito rir. Porquanto temos o seu exemplo para seguir e o seu poder para imitá-lo, você e eu não mais temos que fingir, apressar-nos ou esforçar-nos. Uma vez que Ele obtenha o controle de nossas mentes, as atitudes corretas produzem ações corretas.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

- Exemplos Pessoais -



Depois vocês atravessaram o Jordão e chegaram a Jericó. Os chefes de Jericó lutaram contra vocês, assim como os amorreus, os ferezeus, os cananeus, os hititas, os girgaseus, os heveus e os jebuseus, mas eu os entreguei nas mãos de vocês. Eu lhes causei pânico para expulsá-los de diante de vocês, como fiz aos dois reis amorreus. Não foi a espada e o arco que lhes deram a vitória. Foi assim que lhes dei uma terra que vocês não cultivaram e cidades que vocês não construíram. Nelas vocês moram, e comem de vinhas e olivais que não plantaram’. Josué 24:11-13

Deus já tinha feito tudo. Mas havia ainda uma coisa, o fator principal, que ele deixou aos cuidados deles, uma coisa que consolidaria ou arrasaria o futuro deles. Sabe o que é? Eles tinham liberdade de decidir por si mesmos. Josué afirma isso:
“Agora temam o Senhor e sirvam-no com integridade e fidelidade. Joguem fora os deuses que os seus antepassados adoraram além do Eufrates e no Egito, e sirvam ao Senhor. Se, porém, não lhes agrada servir ao Senhor, escolham hoje a quem irão servir, se aos deuses que os seus antepassados serviram além do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra vocês estão vivendo. Mas, eu e a minha família serviremos ao Senhor”. Josué 24:14-15
Ninguém adquire retidão pessoal só porque outro o exigiu e ordenou. Não podemos ser obedientes por lei. Ninguém pode obrigar outrem a ser espiritual. Ninguém leva uma vida santa atendendo a advertência e ameaças. Essas coisas brotam de nosso coração, resultando diretamente de uma decisão pessoal de cada um de nós.
As pessoas reagem melhor a exemplos pessoais do que a exigências verbais. Elas se sentem muito mais incentivadas por exemplos, como o método de liderança de Josué (‘Eu e a minha casa serviremos ao Senhor, mas vocês terão que decidir por si mesmos’) do que pelos gritos e ameaças de fogo e enxofre empregados por certos líderes.


Vivendo sem máscara – Charles Swindoll

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

- Maria no Novo Testamento *Última Parte -


ÚLTIMA PARTE

Chegamos agora à apresentação de Maria em Lucas—Atos. Só há uma referência a Maria em Atos (1.14), mas ela é importante, pois confirma que ela fazia parte do círculo mais íntimo de discípulos ou crentes que aguardavam em Jerusalém o Espírito Santo, depois da morte de Jesus. Isso fornece uma confirmação indireta de que ela estava em Jerusalém quando Jesus morreu.
No evangelho de Lucas, são Isabel e Maria, e não Zacarias e José, que primeiro recebem a notícia de que Cristo está chegando. São essas mulheres que são louvadas e abençoadas pelos anjos de Deus e que primeiro cantam e profetizam sobre Jesus. Lucas as apresenta em Lucas 1 e 2 como participantes ativas dos propósitos salvíficos de Deus, e não como meras observadoras. Elas são os primeiros exemplos de como os humildes serão exaltados quando o Messias vier.
Maria é apresentada em Lucas como uma virgem comprometida com José. Mas é importante observar que Lucas apresentou primeiro seus parentes, Isabel e Zacarias, indicando, desse modo, que Maria faz parte do processo salvífico-histórico que também envolve outras pessoas. Em Lucas 1.28, o anjo Gabriel saúda Maria com as palavras: “Alegra-te, agraciada; o Senhor está contigo”. Essa é uma forma bastante incomum de se cumprimentar uma mulher, e Gabriel, é preciso lembrar, é um dos anjos mais exaltados e nobres, segundo o pensamento judaico. O aparecimento dele a Maria, na pequena Nazaré, é um choque, e o que ele diz é ainda mais chocante. Maria deveria se alegrar por ter sido muito favorecida. Ela será abençoada com o privilégio de dar à luz o Messias e, além disso, ser o primeiro ser humano a dizer seu nome. Lucas parece dar a Maria a mesma posição que Mateus deu a José, nesse aspecto (Mt 1.21).
A pergunta que Maria faz diante dessa anunciação angelical, encontrada em Lucas 1.34, deve ser comparada com a dúvida manifestada por Zacarias. Maria pergunta apenas como aquilo iria acontecer, já que ela não tinha marido, enquanto Zacarias, que fica mudo, pergunta se uma coisa daquelas poderia acontecer. Zacarias queria provas; Maria buscava esclarecimento. O anjo, por sua vez, diz a Maria que ela conceberá pela ação do Espírito Santo. Há uma semelhança extraordinária entre a resposta do anjo em Lucas 1.35 e o texto de Atos 1.8 — ambos os textos falam da vinda do Espírito Santo. Maria, portanto, está presente no nascimento de Jesus e no nascimento de sua comunidade. Assim, Lucas apresenta Maria como um elo-chave entre a vida de Jesus e a vida da igreja, embora Pedro seja retratado como uma ponte ainda mais importante.
A reação de Maria diante da explicação do anjo é a expressão clássica da submissão à vontade e à palavra de Deus: “Aqui está a serva do Senhor; cumpra-se em mim a tua palavra” (1.38). De fato, o texto grego chama-a de escrava do Senhor e, portanto, Lucas retrata Maria como alguém que se entrega totalmente à vontade de Deus. Ela abre mão de seus planos pessoais e desejos para o futuro. A resposta é ainda mais notável pelo fato de indicar que Maria sabe o efeito que isso poderia ter sobre sua reputação diante da comunidade e sobre seu relacionamento com José. Ambos podiam ser destruídos. Maria é retratada como uma pessoa disposta a perder seu noivado e sua boa reputação para cumprir o propósito de Deus — o tipo de sacrifício que Lucas aponta como característica do verdadeiro discípulo. Porém, como veremos, ela é uma discípula em treinamento. De vez em quando, ela comete erros e interpreta mal — ao mesmo tempo que guarda no coração tudo aquilo que precisa ponderar e resolver.
Maria vai visitar sua parenta Isabel, que lhe dá uma bênção dupla. Lucas 1.42 diz: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!”. Ela é bendita porque é a mãe do Messias; além disso, recebe honra porque seu Filho é a pessoa mais abençoada da terra. Obviamente, parte da mensagem dessa história diz que a maternidade é uma função abençoada e sagrada porque Deus escolheu esse meio para trazer Jesus ao mundo. Nenhuma dessas bênçãos teria existido se Maria não tivesse, antes de tudo, se submetido à vontade de Deus e ao seu plano. De fato, Isabel pronuncia uma terceira bênção, encontrada em Lucas 1.45: “Bem-aventurada a que creu que se cumprirão as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor”. A bem-aventurança, por causa da fé, pode acarretar bênçãos físicas, mas Maria tem de lutar para alcançar uma perspectiva apropriada a respeito de suas funções biológica e espiritual. Embora ela tenha declarado ser serva do Senhor, ainda precisa aprender que isso requer ser, em primeiro lugar, discípula de Jesus, e depois sua mãe. Ela também precisa aprender que, para Jesus, as prioridades são, em primeiro lugar, fazer a vontade de seu Pai celestial e, depois, obedecer às ordens de seus pais terrenos, se possível.
Em seguida, no texto conhecido por Magnificat (Lc 1.46-55), Maria aparece como uma profetisa judia que entoa uma canção sobre o futuro, enaltecendo a grandeza de Deus. E um cântico de promessa, mas também de protesto e profecia. Ele fala da poderosa libertação dos pobres e oprimidos, pelo Senhor. A canção tem semelhança com Salmos e também com o cântico de Ana (ISm 2.1-10). Portanto, Maria ocupa um lugar na história da salvação e desempenha também um papel profético nessa história. Entretanto, existe uma diferença entre ela e outras figuras proféticas, pois ela de fato ajuda a tornar realidade a salvação que proclama. Ela não é meramente um símbolo da pobreza de Israel e de sua necessidade de libertação. Como indivíduo, ela realiza as esperanças de seu povo, sendo o veículo voluntário e submisso por meio do qual o Messias vem ao mundo para transformá-lo. Veja, porém, que Maria reconhece que é humilde e que a bênção não lhe foi outorgada por ela ser perfeita, mas sim por causa da graça de Deus em sua vida. O texto a chama de muito favorecida, e não cheia de graça. Ela é um modelo de discipulado e também um exemplo de como Deus concede benefícios imerecidos. Ela não é retratada por Lucas como santa venerada e venerável ou como figura angelical e sem pecado. E verdade, porém, que Lucas se empenha em colocar Isabel à sombra de Maria. Os modelos de discipulado nessa história não têm todos a mesma estatura — há maiores e menores.
Isabel é retratada como a precursora de Maria. Sua concepção milagrosa, fora da idade apropriada, contribui para dar mais certeza a Maria de que as palavras do anjo eram verdadeiras. De Na verdade, a relação entre Isabel e Maria é semelhante à que Lucas traça entre João e Jesus. Observe o tom respeitoso empregado em Lucas 1.42, 43 e 3.16. Assim como ocorre com Isabel, que recebe maior destaque do que Zacarias e é representada sob uma luz mais favorável como modelo de fé, Maria também tem proeminência em relação a José. O nome de José quase não é mencionado antes que as principais profecias e cânticos concernentes a Jesus tenham sido apresentados. No evangelho de Lucas, José é marcado pelo silêncio, assim como Zacarias, ao contrário do que ocorre em Mateus 1 e 2, em que Maria é que permanece em completo silêncio. E pela proeminência da precursora de Maria, Isabel, e da ausência de José que o retrato de Maria ganha relevo dramático, e ela continua a ter papel central nas histórias sobre Simeão e Ana.
Ana e Simeão representam a antiga ordem de judeus piedosos, as velhas esperanças e sonhos. Mas é a Maria que Simeão diz as palavras: “Este menino está posto para queda e para elevação de muitos em Israel, e como um sinal de contradição. Assim, os pensamentos de muitos corações serão conhecidos. Quanto a ti, uma espada atravessará a tua alma!” (2.34, 35). Como Lucas não faz menção a Maria no local da cruz, é improvável que essas palavras tenham alguma coisa a ver com aquele momento. A espada provavelmente simboliza a angústia dolorosa que Maria sentiu ao ver seu Filho criticado e rejeitado por seu próprio povo. Ela faz parte de Israel, mas está dividida entre Israel e seu Filho. E possível, também, que essa frase se refira ao episódio em que Maria é repelida por Jesus (cf. Lc 2.49, 50; Lc 8.19-21). Ana é mostrada como profetiza, nos mesmos moldes de Maria, e passa a dar testemunho sobre Jesus após ver o menino. Enquanto Simeão é um velho cansado que, depois de ver Jesus, se sente pronto para partir em paz, Ana — assim como Maria — representa a nova ordem escatológica, em que as mulheres saem divulgando o evangelho e testemunhando sobre Jesus. Também devemos notar que, no contexto formado pelos retratos de Ana e Isabel, Maria se torna mais uma mulher crente entre outras mulheres crentes, e nem sempre é ela quem demonstra ter mais discernimento entre as que compõem o “verdadeiro” Israel.
A falta de entendimento de Maria se evidencia em vários pontos da narrativa (1.29, 34; 2.33, 50). Lucas 2.50 afirma explicitamente que ela e José não entenderam as coisas que Jesus lhes disse. Nesse aspecto, eles são muito semelhantes aos discípulos de Jesus (18.34). Portanto, Lucas não pinta um retrato idealizado de Maria, e sua história não é um mar de rosas. Lucas quer revelar tanto a alegria quanto a dor, tanto a perspicácia quanto a falta de entendimento. Existe sempre, porém, o lembrete de que, embora às vezes não saiba o que deveria fazer, ela guarda as palavras de Jesus e medita nelas (2.19, 51). Ela é retratada como uma mulher que caminha para o pleno entendimento. Levará muito tempo até que Maria compreenda essas coisas. Aparentemente, Lucas — assim como o quarto evangelista — não crê que seja possível entender tudo antes que chegue o momento da cruz.
Na história de Jesus no templo, que encerra a narrativa da infância em Lucas (2.41-52), são evidentes as tensões entre as responsabilidades da família física e da família espiritual sobre Jesus. E interessante notar que se pode traçar um paralelo entre Maria e Jesus nessa história, porque ambos crescem em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens, à medida que a história se desenrola. O aprendizado cuidadoso e atento caracteriza os discípulos (8.15; 18.21; 10.39). Maria é um modelo de fé acessível ao público de Lucas, pois ela tanto necessita de entendimento quanto o busca; tem fé tanto quanto sente ansiedade.
A história da pregação de Jesus em Nazaré, encontrada em Lucas 4, não inclui observação sobre Maria nem referência a seus irmãos e irmãs. A mãe e os irmãos são mencionados rapidamente quando Lucas se apropria de Marcos 3.31-35 em Lucas 8.19-21. Porém, Lucas apresenta a versão menos agressiva dessa história. Maria e os irmãos de Jesus vão simplesmente vê-lo, e esta é a palavra final de Jesus: “Minha mãe e meus irmãos são estes que ouvem a palavra de Deus e lhe obedecem”. Isso abre espaço para que a família terrena de Jesus seja incluída nessa descrição. Maria não torna a aparecer no evangelho de Lucas, mas nós a encontramos, juntamente com os irmãos de Jesus (onde estão as irmãs, em Lucas?). Atos 1.14 completa a história de Maria mostrando que ela fez a transição para o círculo de seguidores de Jesus em Jerusalém e estava orando enquanto aguardava o Pentecostes, como o resto dos discípulos. Lucas, portanto, nos apresenta o mais completo, honesto e cativante retrato de Maria, dos quatro evangelhos.

Fonte: História e histórias do Novo Testamento - Ben Witherington III.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

- Maria no Novo Testamento *Terceira Parte -



Terceira Parte:


Em Mateus, Maria aparece pela primeira vez na genealogia (1.16). Legalmente, Jesus é da linhagem de Davi através de José, mas Maria é seu único progenitor humano. Tanto Mateus quanto Lucas nos dizem que aconteceu um milagre com Maria e em Maria, que levou à concepção de Jesus. A história não é contada como as histórias pagãs, nas quais um deus se relaciona com uma mulher humana, pois não há intercurso sexual envolvido. Jesus é um presente dado a Maria por meio de um milagre. Lucas explica isso mais claramente dizendo que o Espírito Santo envolveria Maria com sua sombra. Maria é mostrada como agente da providencial dádiva da salvação de Deus.

O objetivo de Mateus 1.18 é deixar claro que Deus é responsável pela criança, embora José tenha suas dúvidas. O versículo também deixa evidente que Maria é parte de um sistema que envolvia jovens adolescentes comprometidos um com o outro num casamento arranjado. Maria é mostrada, então, como alguém que cumpre um papel que seria uma honra para qualquer moça judia: ter o Messias como filho primogênito. Por meio de Maria, o destino nacional de Israel é consumado. Mateus 1.20 deixa evidente que Maria e seu filho devem ser respeitados como dádivas de Deus. E, já que a criança é um presente de Deus, é ele que dá nome ao menino — Jesus. Mateus 1.25 afirma, da maneira mais clara possível, que, após o nascimento de Jesus, José “conheceu” sua mulher, no sentido bíblico.
É interessante que, na história dos magos, em Mateus 2.11, somente Maria é mencionada, o que provavelmente se deve à íntima ligação da mãe com seu bebê, que, presumivelmente, ainda mamava. A história, como é contada, sugere que ela presenciou a primeira vez em que Jesus foi adorado, em toda a história humana, e recebeu os presentes que os magos tinham levado para Jesus.
É bom destacar que as instruções dadas a José nessas histórias da natividade presumem a natureza patriarcal da situação e seu papel como chefe da família: ele deve receber Maria como sua mulher (1.20); ele deve levar a mãe e a criança para o Egito e permanecer lá até receber informação de que pode sair (2.13); por último, ele deve levá-los de volta a Israel (2.21). Maria é apenas uma cúmplice silenciosa de tudo isso.
Maria não aparece novamente na narrativa até Mateus 12.46-49. O autor poupa Maria, omitindo o versículo de Marcos que explica que ela e os irmãos de Jesus pensaram estar ele meio fora de seu juízo perfeito e foram buscá-lo. Porém, ele narra essa história dizendo apenas que eles foram falar com Jesus (sem mencionar o assunto). Mateus é mais explícito ao esclarecer que Jesus não apontou nenhum deles, mas sim para seus discípulos, ao dizer: “Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?”. Também é interessante que nem Mateus nem Marcos dizem qual foi a reação da família depois que ele fez essa observação. No entanto, registram as palavras de Jesus dizendo que seus discípulos são sua mãe, irmão e irmã.
A última história que menciona Maria em Mateus é a narrativa da pregação de Jesus em sua própria terra, como em Marcos. Entretanto, o modo como Mateus 13.53-57 se refere a Maria é um pouco menos rude. A pergunta “Sua mãe não se chama Maria?”, que teria sido feita pela multidão, é potencialmente menos ofensiva que: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria?”. Assim como no relato de Marcos, Maria desaparece completamente da história nesse ponto. Ela não é retratada como figura importante durante o ministério de Jesus, mas, ao contrário do que ocorre em Marcos, é narrado pelo menos seu papel crucial no início da vida de Jesus.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

- Maria no Novo Testamento *Segunda Parte -


PARTE 2


O evangelho de João não menciona Maria por existir algum interesse independente nela. De fato, ela nem mesmo é chamada de Maria nesse evangelho, mas de mãe de Jesus, sendo definida com base em seu parentesco com Jesus. A história das bodas de Caná (Jo 2.1-12) e a de Maria aos pés da cruz (Jo 19.25-27) emolduram a parte que trata do ministério nesse evangelho. E interessante que embora o quarto evangelista seja muito minucioso no que se refere a revelar nomes de pessoas, há duas exceções: a mãe de Jesus e o discípulo amado que aparece aos pés da cruz.
A história de Caná começa com a informação de que havia um casamento nessa localidade, não muito distante de Nazaré, e a mãe de Jesus estava lá. Jesus e alguns discípulos também tinham sido convidados para o casamento. A mãe de Jesus procura-o para resolver um problema: acabara o vinho. A resposta de Jesus é inesperada: “Mulher, que tenho eu contigo?”. A versão grega dessa frase transmite um tom de antagonismo. Jesus parece estar se colocando fora da autoridade de sua mãe. Nesse evangelho, Jesus só aceita ordens do Pai celestial. Só o Pai pode determinar quando é chegada a “hora” de Jesus. Ele não rejeita a necessidade de ajudar; é só uma questão de autoridade. Talvez esteja implícito na frase “A minha hora ainda não chegou” que Jesus compreende ter uma obrigação para com sua mãe naquela hora. No quarto evangelho, Maria só é introduzida na família da fé no momento da cruz. Mas essa história das bodas de Caná sugere que Maria conhecia não só a natureza compassiva de Jesus mas também sua capacidade de realizar milagres. Ao contrário de seus filhos, Maria tinha alguma fé em Jesus e no que ele podia fazer. Observe que ela entrega o problema nas mãos de Jesus, quando diz: “Fazei tudo o que ele vos disser”, e presume que Jesus agirá sem que seja necessário insistir mais. Num evangelho tão cheio de simbolismo, talvez o fato de a mãe de Jesus ser chamada por ele de “mulher” signifique que ela precisa conquistar sua posição no reino, não reivindicando privilégios por causa de seu parentesco com Jesus, mas como uma mulher semelhante a outras. Será como mulher que ela entrará na comunidade da fé, em João 19.
Como as bodas de Caná, a história de Maria e do discípulo amado ao pé da cruz não tem paralelo nos evangelhos sinóticos. Só no evangelho de João ouvimos falar que a mãe de Jesus estava no local da crucificação. Mais uma vez, o evangelista vai em busca do significado mais profundo da história por meio da apresentação do homem e da mulher paradigmáticos aos pés da cruz.
Observe a ordem dos eventos dessa história, em João 19.25-27. Jesus, primeiro, diz: “Mulher, aí está o teu filho”; depois, vira-se e diz: “Aí está tua mãe”. Jesus integra sua mãe na comunidade da fé e, como numa espécie de última vontade e testamento, garante que alguém cuidará dela quando ele se for. Enquanto em João 2 vemos desobrigação, em João 19 vemos unificação e compromisso. Aqui, Jesus toma a iniciativa de fazer algo por sua mãe e também pelo discípulo que Jesus amava. Jesus faz desaparecer a tensão entre os papéis de Maria como mãe e como discípula. Agora, ela pode desempenhar sua função de mãe com outro discípulo. Jesus a chama de “mãe” não porque deseja reatar os laços filiais, mas porque quer que ela assuma seu lugar na comunidade da fé, o que Atos 1.14 mostrará ter acontecido, de fato. Jesus une sua própria família à família da fé e lhes dá um lar na casa do discípulo fiel.
Jesus dirige-se a Maria e ao discípulo amado e dá a ambos uma tarefa espiritual. É interessante, porém, que só o homem é chamado de discípulo aqui. E claro que o relacionamento com Maria é posterior à sua fé e ao discipulado. Maria não é mostrada aqui como mãe da igreja, mas sim como mãe espiritual dentro da igreja. O evangelista está agora focalizando essas duas pessoas como tipos ou modelos. Elas são como Adão e Eva aos pés da árvore, só que, nesse caso, as coisas dão certo e o resultado é vida e comunhão, em vez de alienação em relação a Deus e à humanidade. A cena sob a cruz talvez esteja ligada também à nova igualdade entre homem e mulher, sob a graça. A nova comunidade é beneficiada e não dividida pelos papéis e relacionamentos tradicionais. Em Cristo, a dignidade da mulher é restaurada e sua igualdade atestada, como é demonstrado no caso de Maria. Ela é apresentada como mulher e mãe, como parente e discípula. Tendo efetuado a reconciliação entre a família física e a família da fé, Jesus estava realmente apto a dizer: “Está consumado” (19.30).

terça-feira, 20 de agosto de 2013

- Maria no Novo Testamento *Primeira Parte -


Primeira Parte:
Muito mais é dito a respeito de Maria do que sobre José. Muitas histórias interessantes são contadas sobre ela, e até mesmo o quarto evangelho, que se refere a ela apenas duas vezes (Jo 2 e 19), contém histórias interessantes e reveladoras. O mais resumido retrato de Maria encontra-se em Marcos. Ela só aparece em duas histórias, uma em Marcos 3 e outra em Marcos 6 — e muito rapidamente. O autor do evangelho mais antigo não está interessado em Maria nem se sente compelido a gastar tempo com ela. Isso reflete o fato de que ela, provavelmente, não teve um papel muito importante no ministério de Jesus.
Marcos 3.21 está localizado no meio da controvérsia sobre Belzebu. O texto dá a entender que a família achava que Jesus não estava em seu juízo perfeito — provavelmente porque ele lidava com demônios — e resolveu buscá-lo, com o propósito de levá-lo de volta para casa. Entretanto, no contexto imediato de Marcos 3.21, é dito que Jesus estava numa casa e as multidões o estavam assediando para obter todo tipo de cura, e havia tanta gente que os discípulos nem conseguiam comer. O resultado daquela decisão familiar de fazer alguma coisa está registrado em Marcos 3.31-35. Nessa passagem, a mãe e os irmãos de Jesus estão do lado de fora da casa onde Jesus ensinava. A multidão informa a Jesus que sua mãe e seus irmãos procuram por ele. Jesus responde: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”. Depois, olha para os que estão sentados à sua volta e acrescenta: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Aquele, pois, que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (3.33-35). Essa história poderia se chamar: “Jesus se desliga de sua família”. O ponto importante de nossa análise é que Jesus não se submete à autoridade de sua mãe neste contexto e, na verdade, dá a entender que sua família principal é a família da fé — não os que querem confiná-lo, mas os que fazem a vontade de Deus e procuram confirmá-lo.
A outra história sobre Maria nesse evangelho encontra-se em Marcos 6.3, 4, e não fica claro sequer que Maria está presente na narrativa. Jesus é chamado de filho de Maria, seus quatro irmãos são listados pelo nome e é dito que suas irmãs estão presentes na congregação. Jesus, então, diz: “Um profeta não fica sem honra senão na sua casa, entre seus parentes e na própria casa”. Mais uma vez, há uma nota dissonante. A família de Jesus, incluindo sua mãe, não o entende nem o trata com a devida honra. Isso está de acordo com João 7.5, que diz que os irmãos de Jesus não acreditaram nele durante seu ministério. Chamar Jesus de “filho de Maria” também pode ter um cunho polêmico, pois, na sociedade patriarcal, uma pessoa geralmente era reconhecida como filho do pai, mesmo que este já tivesse falecido. Na verdade, pode ser uma forma de insinuar que as origens de Jesus eram duvidosas, o que explicaria o fato de eles não receberem a mensagem de Jesus com o coração aberto. De qualquer modo, o retrato de Maria é, ao mesmo tempo, limitado e pouco elogioso nesse evangelho. Assim como ocorria com os personagens secundários numa biografia antiga, Maria é mencionada somente à medida que tem contato com o personagem principal da história ou lida de alguma forma com ele.

- Deus em ação -

Gênesis 40.20-23

Quando tratado adequadamente, o sofrimento pode trazer grandeza à vida. A história está repleta de histórias daqueles cujas lutas e cicatrizes sedimentaram as bases para empreendimentos notáveis. Na verdade, foi por causa de suas dificuldades que eles obtiveram o que precisavam para alcançar a grandeza.
Durante longo tempo lutei com esse conceito. Parecia-me uma filosofia cruel. Por que alguém deveria sofrer? O que significa: “Há benefícios que só são obtidos mediante esforços?”. Completei agora o círculo. Concordo com A.W. Tozer, que disse: “É duvidoso que Deus abençoe grandemente um homem enquanto não o fere profundamente”. Eu poderia mencionar vários exemplos, mas de certo nenhuma vida evidencia mais claramente essa verdade que a de José.
Em sua maior parte, as experiências de José até o momento tinham sido sombrias. Ele podia ter nascido como filho favorito, mas sua vida foi cheia de desilusão, maus tratos e rejeição, de medo e falsas acusações, de escravidão e abandono. Deixamos José sozinho na prisão ao terminar o capitulo anterior. Agora, depois de um intervalo de dois anos, voltamos a sua história.
Dois anos antes, ele dissera ao copeiro: “Quando tudo estiver indo bem com você, lembre-se de mim seja bondoso comigo; fale de mim ao faraó e tire-me desta prisão” (40.14). Mas o copeiro falhou em lembrar-se ou em mencionar José. Três dias depois do prenúncio de José, o homem foi libertado e restaurado a sua antiga posição como copeiro-chefe de faraó. Ele logo se esqueceu dos dias difíceis na prisão, assim como de seu companheiro de cela, José.
Dois anos inteiros se passaram – um longo período de tempo para ficar esquecido. Podemos nos pegar pensando: “Depois de tudo o que José suportara, por que algo assim teve de acontecer?”. Ele obedecera a Deus e fora promovido porque “Deus estava com ele”. A resposta é que Deus continuava trabalhando em sua vida. O mesmo se aplica a você.
Dia a dia com os heróis da fé – Dr. Charles Swindoll

quarta-feira, 31 de julho de 2013

- Quatro Estágios * Quarta Parte -


Quarta Parte:



O RIO JORDÃO TRATANDO COM A MORTE

O rio Jordão assinala o poder da morte, e, por conseguinte, cruzar o rio Jordão significa vencer a morte. Isso é o arrebatamento.
Essa faceta da jornada tem uma relação especial com o Senhor Jesus, já que o próprio Senhor foi batizado no rio Jordão. O fato de Ele ter descido às águas batismais indica a morte. O fato de Ele ter subido das águas denota a ressurreição. Ele vence a morte por meio do poder da ressurreição. O maior poder de Satanás, conforme sabemos é a própria morte (veja 1 Co 15.26). É como se o Senhor desafiasse Seu inimigo ao dizer: "Faça o que puder Comigo" (cf. Hb 2.14). E, de fato, Satanás faz o melhor que pode. No entanto, Deus tem o poder da ressurreição. Satanás almeja matar completamente o Senhor, embora Ele tenha a vida que não pode ser tocada ou apoderada pela morte. O Senhor, conforme dizem as Escrituras, sofreu numa terra seca! Com exceção da ressurreição do Senhor, não há poder que possa vencer a morte. A vida que recebemos, ao tempo da regeneração, é essa vida da ressurreição. E o poder da vida ressurreta afugentará toda morte.
Cruzar o mar Vermelho e atravessar o rio Jordão tem significados muito diferentes. Cruzar o mar Vermelho foi um acontecimento forçado pelas circunstâncias. Os filhos de Israel foram perseguidos pelos inimigos egípcios e teriam sido mortos se não o tivessem cruzado. Atravessar o rio Jordão, todavia, foi uma ação voluntária. Nos dias de hoje, algumas pessoas recusam-se a cruzar o rio Jordão e não buscam o poder da Sua ressurreição. Porém, Paulo estimava muitíssimo este poder e, por isso, buscava-o com diligência (Fp 3.10-12). Todos os filhos de Deus foram ressuscitados com o Senhor. Entretanto, muitos não conhecem o poder da ressurreição do Senhor na prática. Portanto, eles não experimentam a vitória sobre a morte. Neste momento histórico, quando o arrebatamento está próximo, os crentes devem, enfim, vencer o último inimigo — a morte. Precisamos vencer a morte (seja ela física, mental ou espiritual).O mundo hodierno está repleto de uma atmosfera mortal. Por um lado, muitas pessoas usadas pelo Senhor costumam sofrer fraqueza física e enfermidade. Por outro lado, a mente de muitos santos parece estar paralisada: seus pensamentos, a memória e a concentração não estão tão alertas como antes. Além do mais, o espírito de muitos crentes parece estar envolto pela morte, ou seja, inativo, sem poder, encolhido, paralisado e incapaz de enfrentar o meio ambiente. Por conseguinte, nos dias que antecedem o arrebatamento, os crentes devem aprender a atravessar o rio Jordão, isto é, vencer a morte. Devemos aprender a resistir ao poder da morte em nosso corpo e nas circunstâncias da vida. Devemos provar o poder da ressurreição em todas as coisas. Precisamos testificar, mais e mais, o fato de nosso Senhor ter sido ressuscitado dentre os mortos e de nós, que estamos unidos a Ele, também termos sido ressuscitados. A fim de recebermos o espírito de Eliseu e chegarmos ao arrebatamento de Elias, devemos partir de Gilgal, viajar até chegar ao rio Jordão e atravessá-lo. O Espírito Santo só pode descer sobre aqueles que estão repletos da vida da ressurreição. Não imagine que, tão logo sejamos regenerados, seremos arrebatados. Deus não pode levar alguém que não está preparado. Por isso, antes que possamos ter um arrebatamento como Elias, devemos passar pelas experiências de Gilgal, Betel, Jericó e rio Jordão. Deus nos diz que seremos arrebatados. Então, façamos o que devemos fazer começando de Gilgal e terminando pela outra margem do Jordão. Descobriremos que Deus estará ali esperando por nós!

domingo, 28 de julho de 2013

- Quatro Estágios *Terceira Parte -


Terceira Parte



JERICÓ TRATANDO COM SATANÁS

A referência mais clara concernente ao significado de Jericó encontra-se no livro de Josué. Nele, podemos observar a conquista de toda a cidade de Jericó.
"Naquele tempo, Josué fez o povo jurar e dizer: Maldito diante do SENHOR seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó" (6.26).
Portanto, Jericó significa ser amaldiçoado. Esse trecho da história bíblica narra a forma como os filhos de Israel venceram seus inimigos pela primeira vez em Canaã. Espiritualmente falando, os diversos povos de Canaã representam os espíritos malignos que pertencem ao diabo e podem ser comparados às hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais, mencionadas em Efésios 6.12. Trata-se dos inimigos contra os quais os crentes lutam hoje em dia. Não temos de lutar apenas contra a carne e o mundo, mas precisamos, também, vencer o inimigo. Existe apenas uma forma de vencê-lo: crer na Palavra de Deus e praticá-la (Ap 12.11).Cremos que alcançaremos o resultado prometido se praticarmos a Palavra. Deus o falou, e isso basta. As pessoas que vivem em Jericó, nos dias atuais, dizem possuir a cidade, mas nós dizemos crer na Palavra de Deus. Elas dizem que as muralhas chegam ao céu, mas nós dizemos que nosso Deus está nos céus. Elas dizem que o território incluso na cidade lhes pertence, mas nós dizemos que Deus prometeu dar-nos todo lugar onde pisar a planta do nosso pé (veja Js 1.3). Muitas pessoas conhecem apenas a luta entre o espírito e a carne (Gl 5.17), mas não percebem o conflito travado entre os crentes e os espíritos malignos, conforme descrito no sexto capítulo de Efésios. A verdadeira guerra espiritual é travada entre nós e Satanás (com seus espíritos demoníacos). Essa guerra reúne todos os crentes maduros, pois os filhos de Deus, na. Terra são frequentemente atacados pelos espíritos do mal. Esses ataques ocorrem, às vezes, no próprio lugar onde vivem no corpo, nos pensamentos, nas emoções e no espírito. Sobretudo, no final dos tempos, as forças malignas redobrarão seus esforços para impedir que os crentes sirvam ao Senhor, fazendo-os estar angustiados e aflitos com muitas coisas. Com bastante frequência, os crentes não têm consciência de estarem sendo atacados pelos espíritos malignos e não compreendem por que tudo parece estar contra eles, o que produz uma terrível confusão e muito problema. É muito comum que eles achem naturais as coisas que acontecem e não percebam que estão sendo oprimidos por forças sobrenaturais.

No final dos tempos, é da maior importância que os crentes reconheçam o inimigo e saibam como lutar contra ele e vencê-lo. Ainda que vençamos a carne e o mundo, não seremos capazes de realizar grandes progressos se não vencermos as obras do inimigo. A queda de Jericó não poderia ser atribuída à força humana, mas a dois fatores: à Palavra de Deus e à posição que os filhos de Israel assumiram. A fim de vencer os ataques dos espíritos imundos, devemos agir de duas formas: (1) ignorar as circunstâncias e os sentimentos, acreditando na promessa contida na Palavra de Deus e fazendo o inimigo baterem retirada; (2) permanecer [pela fé] nos lugares celestiais que Cristo nos proporcionou, mantendo, assim, Satanás e seus espíritos malignos em posição inferior. Sem a Palavra de Deus e sem assumir a posição que Deus nos concedeu pela fé não conseguimos ter vitória sobre o inimigo. [Sujeitai-vos pois a Deus...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

- Quatro Estágios *Segunda Parte -




2 Reis 2.1-14 – Quatro Estágios para a vida 

Segunda Parte:


BETEL LIDANDO COM O MUNDO

De Gilgal, agora temos de avançar em nossa jornada até Betel. O que significa o nome Betel? Novamente, descubramos onde, na Bíblia, Betel é mencionado pela primeira vez e, assim, poderemos decifrar o que significa para nós hoje em dia. Leia, por favor, Gênesis 12.8. Betel era o lugar onde Abraão edificou um altar. Um altar tem o propósito de estabelecer comunicação com Deus quando a pessoa oferece sacrifícios e entrega-se a Ele por inteiro. Gênesis 12.9-14 relata a descida de Abraão ao Egito. Ali, ele não edificou qualquer altar. Sua comunicação com Deus foi interrompida, e o seu coração de consagração, posto de lado o que. Assinala a diferença entre Betel e Egito. Logo, Betel significa tudo o que é contrário ao que o Egito representa. Gênesis 13.3 e 4 registra algo muito significativo: "Fez as suas jornadas do Neguebe até Betel, até ao lugar onde primeiro estivera a sua tenda, entre Betel e Ai; até ao lugar do altar, que outrora tinha leito; e aí Abraão invocou o nome do SENHOR".
Abraão havia perdido a comunhão com Deus enquanto estava no Egito. Contudo, quando voltou ao lugar original, ou seja, Betel, ele invocou, mais uma vez, o nome do SENHOR. Apenas na Betel espiritual as pessoas terão comunhão com Deus e se entregarão a Ele. Por conseguinte, ao passo que Gilgal fala a respeito de vencermos a carne, Betel fala sobre vencermos o mundo, pois, nas Escrituras Sagradas, o Egito representa o mundo.Vencer o mundo é uma condição para o arrebatamento e para receber o poder do Espírito Santo. Nossa vida deve chegar ao ponto de o mundo ser incapaz de afetar nosso coração. Quanto, na verdade, estamos separados do mundo? Será que expressamos, por nossa vida, que nos separamos do mundo? Será que as nossas atitudes e palavras demonstram que não pertencemos mais a este mundo? E quanto às nossas intenções? Será que alimentamos algum desejo secreto pelas coisas do mundo? Será que, de forma sub-reptícia, buscamos louvor dos homens?Será que nos permitimos sofrer muito interiormente por causa da calúnia dos homens?Quando sofremos alguma perda material, sentimos esta perda com intensidade? Existe alguma diferença entre o que sentimos pelo mundo e o que as pessoas do mundo sentem?Se nosso coração não vencer completamente o mundo, e, se as pessoas, coisas ou os acontecimentos deste mundo ainda ocuparem lugar dentro de nós, não seremos capazes de atingir nosso objetivo. O crente deve pagar o preço por seguir ao senhor se espera ser cheio do Espírito Santo (...). Precisamos abrir mão do mundo e aprender a comunicar-nos com Deus no altar da consagração. A consagração e a comunhão são indispensáveis. No Egito, não era normal haver fome; todavia,quando havia, sobravam apenas os velhos grãos para sustentar os moradores. Contudo, em Canaã, parecia ocorrer fome com freqüência.   Espiritualmente falando, isso indica que, no mundo,há pouca ou nenhuma fome, pois aquele que vive no mundo não apenas está no mundo, mas também pertence ao mundo.Porém, para as pessoas que vivem em obediência a Deus, às vezes haverá fome, pois, pela comparação, há pouca ou nenhuma tentação no mundo, ao passo que no caminho da obediência podem existir muitas tentações.Entretanto, esse é o caminho para o poder para o arrebatamento. Ainda que a tentação seja grande, sempre há livramento com Deus (veja 1 Co 10.13). Logo, sejamos vigilantes e fiéis. Se não formos cautelosos, voltaremos ao Egito, onde não existem consagração ou comunhão com Deus. Permanecer no Egito, ainda que temporariamente, significa pecar durante certo tempo. Deve ser muito patético e digno de dó alguém "fixar residência" permanente ali. Embora a pessoa possa até evitar a tentação, não existe altar no Egito. Algumas pessoas são semelhantes a Abraão, que não foi diretamente ao Egito. Primeiro ele rumou para o Oriente, que era na direção do Egito,embora não houvesse ainda chegado ao Egito. Estar no Oriente pode ser descrito espiritualmente como pertencer metade ao mundo e metade a Deus. No entanto, no Oriente também não existe altar: não há comunhão com Deus. Betel, por sua vez, é um local completamente separado, não se trata do Egito do mundo nem do Oriente da aceitação carnal. Calcula-se que entre dois e três milhões de israelitas saíram do Egito, ainda que Deus não tenha permitido que nenhum deles edificasse um altar no Egito. Para que esses israelitas servissem a Deus de verdade, era preciso que partissem do Egito e viajassem durante três dias (Ex 8.25-27)!No Egito, eles poderiam realizar a Páscoa, pois Deus os havia libertado do castigo do pecado que era a morte. Porém, para que estivessem sob o nome do Senhor e O adorassem, precisavam abandonar o Egito.