segunda-feira, 9 de junho de 2014

- Pentecostes -


Comemoramos neste dia oito de junho o Pentecostes, data importante para todos os cristãos, mas qual é o papel do Espírito Santo hoje na igreja? Em vários períodos da história da igreja, especialmente quando parece existir uma carência de apreciação por uma consciência do Espírito Santo na igreja, homens e mulheres têm profetizado um novo Pentecostes. Alegando ser um profeta do Espírito Santo, um homem do século II chamado Montano insistiu em que estava conduzindo a igreja para a sua terceira fase. Seguindo a Era do Pai e a Era do Filho, a igreja estava preste a entrar na Era do Espírito. Duas profetizas, Maximilla e Priscilla, se uniram a Montano e predisseram a alvorada do reino milenário. Julgados como hereges pela igreja e enfraquecidos por inúmeras profecias falhas, o Montanismo finalmente desvaneceu. No entanto, seu espírito sobreviveu através da história da igreja aparecendo freqüentemente, muitas vezes com as mesmas ênfases: expressões vocais enlevadas que são tidas como as “línguas” do Novo Testamento, revelações proféticas e obsessões apocalípticas com o fim dos tempos. No coração destes reavivamentos está, freqüentemente, a convicção, dita ou implícita, de que o Pentecostes é ilustrativo em vez de ser definitivo. Em outras palavras, o Livro de Atos, em geral, e os acontecimentos do Pentecostes em particular são tomados como modelos para a igreja hoje em lugar de serem fatos que aconteceram de uma vez por todas. Primeiramente, essa distinção pode parecer forçada, mas podemos facilmente aceitá-la quando a aplicamos a outros grandes acontecimentos da história da redenção. Israel prezou a memória do êxodo e guardou as tábuas da Lei na Arca da Aliança. Houve até festivais estabelecidos como memoriais a esses fatos passados. Mas Israel nunca viu esses fatos como modelos que, de alguma forma, pediam repetição. Não houve mais travessias do Mar Vermelho, acampamentos no deserto, porque estavam, então, na Terra Prometida. Enquanto acontecimentos adicionais na história da redenção eram revelados, novos sinais e maravilhas acompanharam os novos estágios da revelação e da atividade profética. Esses foram como “fogos de artifício” que inauguraram um novo estágio da salvação na história. E, assim como fogos de artifício, eles se desvaneceram no céu. Esperar outro Pentecostes é como exigir outra Criação, outro Messias, outra Crucificação e Ressurreição. Assim como esses eventos, o Pentecostes foi um ato histórico singular de Deus. Ele não serve como um modelo para igreja, mas como capacitação para a igreja. Desde o Pentecostes, estamos vivendo na Era do Espírito. Assim como não existe mais necessidade para sacrifícios adicionais pelo pecado, também não há necessidade para descidas adicionais do Espírito. Quando nosso Senhor estava para subir aos céus, ele deu à Igreja a Grande Comissão prometendo, “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt. 28.20). Ele está conosco porque seu Espírito Santo está conosco (Jo. 14.18). Cada crente recebe o Espírito Santo para sempre (Jo. 14.16). Como o corpo de Cristo, a instituição visível através da qual o reinado celestial de Cristo é exercido, a igreja coletivamente se torna o lugar de habitação do Espírito Santo. Embora não esperemos estágios adicionais de revelação (Hb. 1.1-4), temos o mesmo Espírito dentro de nós, e ele nos faz testemunhas de Cristo até o fim das eras. Porque ele foi dado primeiramente para criar uma igreja a partir do vale dos ossos secos e, então, capacitá-la para sua missão, é correto dizer que somos todos profetas, sacerdotes e reis no novo Israel. Assim como Ezequiel, pregamos àqueles que estão espiritualmente mortos, e o Espírito exala a vida dentro deles. Nossa obra não é profética no sentido de que provê novas revelações, mas é profética porque é a proclamação da Palavra completa de Deus nesse tempo e espaço. Ela é profética em ser levada adiante; e não em predizer. Somado ao fato de sermos profetas, nosso ofício é sacerdotal, uma vez que intercedemos pelos perdidos, em oração, e abrimos as portas da prisão pelo anúncio do Evangelho. É também um oficio real que compartilhamos, porque assumimos o papel confiado primeiramente a Adão em sua inocência, de dominar no reino de Cristo para a glória de Deus, o Pai. Pedro disse: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, afim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que antes não éreis povo, mas agora sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1Pe 2.9,10). Assim, sejam quais forem os dons da graça que Deus nos deu, eles devem obedecer a esta regra: eles não são para nosso próprio prazer ou benefício, mas são para nos equipar em nossa tarefa como povo missionário de Deus. Fonte: CREIO - Redescobrindo o Alicerce Espiritual

– Michael Horton

Um comentário:

  1. A descida do Espírito Santo, capacitando o homem ao serviço do Senhor.

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