2 Reis 2.1 - 14
Primeira Parte:
Primeira Parte:
INTRODUÇÃO:
Na passagem citada encontramos delineados quatro
estágios de uma jornada singular que partia de Gilgal, rumava para Betel.
Jericó e, enfim, cruzava o rio Jordão. Na época em que Elias iria ser elevado
ao céu, Eliseu estava para receber uma porção dobrada do Espírito Santo, esses
dois homens de Deus viajavam por um caminho que ligava os quatro locais acima
citados. A partir dos aspectos físicos e geográficos, podemos extrair uma lição
espiritual muito importante: se quisermos ser elevados ao céu como Elias, ou
receber o Espírito Santo como Eliseu, teremos de percorrer estes quatro
estágios da vida, conforme nos são tipificados pelos quatro locais visitados
durante a viagem.Devemos, também, dar início a uma jornada em Gilgal e
percorrer toda a trajetória até atravessar o rio Jordão se almejamos ser
arrebatados ou esperamos receber o poder do Espírito Santo.Vejamos o que estes
quatro lugares podem representar exatamente.
GILGAL TRATANDO COM A CARNE
A fim de interpretar corretamente o significado de
Gilgal, devemos, primeiramente, compreender o princípio da primeira menção
contido nas Escrituras Sagradas
A partir de Josué 5.9, descobrimos que Gilgal é um
lugar que significa "removido". Ao ler os versículos 2 a 9,
compreendemos que a geração dos filhos de Israel que inicialmente saíram do
Egito foi toda circuncidada, ao passo que a geração de israelitas que nasceram
depois, no deserto, não o foi.Naquela época, esta geração estava entrando em
Canaã e, logo, herdaria sua herança. Portanto, a velha carne deveria ser
"removida"; o opróbrio do Egito precisava ser lançado fora ou
removido para que os filhos de Israel pudessem ter a chance de desfrutar uma
nova. Vida, porquanto o significado da circuncisão, conforme nos é revelado no
Novo Testamento, indica "despojamento do corpo da carne "(Cl
2.11).Quem verdadeiramente reconhece o que é a carne? Quem entende o que quer
dizer tratar com a carne? Quem compreende o que quer dizer o julgamento da
carne? Muitas pessoas supõem que a vitória sobre o pecado é a marca da
perfeição, mas não sabem que é a carne quem peca!
Segundo as Escrituras, a carne é condenada por
Deus. Trata-se de algo do qual Ele se desagrada. A carne é tudo o que temos ao
nascer: "O que é nascido da carne é carne" (Jo 3.6). Tudo o que
temos, ao nascer, provém da carne,e isso não inclui apenas pecado, imundície e
corrupção, mas também bondade, habilidades, zelo,sabedoria e poder naturais.Uma
lição bastante difícil de ser aprendida,na vida de um crente, é que ele conheça
a própria carne. O cristão deve ser conduzido por todos os tipos de fracassos e
privações antes de saber o que sua carne é.O que atrapalha o progresso do
crente, tanto na vida quanto na obra, é a carne. Ele não tem consciência de que
Deus o convoca a negar a própria carne, imagina que abrir mão dos pecados já é
o suficiente e desconhece o mesmo desprazer que Deus sente tanto por suas
habilidades, seu zelo e sua sabedoria na obra de Deus quanto por sua própria
bondade e por seu poder na vida espiritual. Segundo Deus, precisamos negar,
fazer morrer e permitir que passe pelo julgamento tudo o que consideramos bom
de acordo com a carne e tudo o que planejamos e organizamos pela carne. O
Senhor não confere o menor valor à ajuda da carne, nem na vida nem na obra
espirituais. No tempo de Josué, Gilgal era exatamente o lugar onde a carne foi
despojada e julgada. Para o crente hodierno, Gilgal simboliza o lugar onde a
carne deve ser julgada por meio do entendimento que Deus nos concede. Deus
declara que a carne deve ser lançada fora. Assim, concordemos com Ele. Deus
afirma que a carne precisa ser circuncidada. Portanto, sejamos circuncidados no
coração.
Em nossa jornada espiritual pela vida, devemos,
também, partir de Gilgal e negar a carne. Porém, observe, por favor, que isso
não especifica o grau de despojamento de alguém, mas simplesmente declara que a
carne precisa ser julgada. Um erro freqüente cometido pelas pessoas é procurar
zelo e boas obras, mas deixar de negar a carne. No entanto, o mais essencial é
julgarmos a carne da mesma forma como Deus a julgou. De acordo com uma.
Experiência muito pessoal que tive com o Senhor, a expressão mais elevada
devida espiritual não se encontra na regeneração, santificação, perfeição,
vitória sobre o pecado ou no poder, mas em negar a carne que é tanto o objetivo
quanto o caminho da vida espiritual. Aqueles que não partiram de Gilgal nunca
deram início, de fato, à jornada espiritual. Aqueles que não aprenderam a negar
a carne não sabem o que é a vida espiritual. Esses indivíduos podem ser zelosos
nas boas obras, e é possível que até se sintam felizes ao realizá-las, mas não
compreendem a verdadeira vida espiritual.
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